Hoje eu estava lendo alguma coisa sobre primeiro salário.
E logo me lembrei do meu. Ou o que eu fiz com ele...
Como eu comecei a trabalhar de guardinha* na empresa eu ganhava 1 salário mínimo, na época era de 112,00 lembro direitinho. Mas para mim era uma fortuna porque até então eu só tinha o 1 real que o meu pai me dava para comprar lanche na cantina da escola. Quando eu peguei 112 paus na mão fui correndo no shopping. E deu pra comprar tanta coisa! Inclusive uma rack pro meu quarto, mas essa acho que eu dividi numas 5 vezes... Eu tinha o menor salário do departamento mas era feliz.
Trabalhei 1 ano e meio no salário mínimo e, é claro que o meu último salário mínimo já não dava pra fazer porra nenhuma. Mesmo porque eu já não tinha mais meu pai para segurar a cantina...(não que eu comesse muito, mas vc entendeu).
Aí eu fui efetivada e o bicho triplicou. Putz meu, 300 conto! Era demais pra mim. E com conta bancária ainda, talão de cheque, vai mexer. “Sou uma cidadã, tenho CPF e conta bancária e faço parte da economia brasileira, agora sou gente”. Fui lá e fiz minha primeira tatuagem. Era tipo uma promessa, no meu primeiro salário como efetiva, faço minha tattoo. Na época nem restringiam essas coisas para menores, eu tinha 16 para 17.
Hoje eu ganho o quanto eu sonhava ganhar quando ganhava 112,00. E com o passar dos anos eu vi que o chamado ‘poder aquisitivo’ por mais que aumentem meu salário vai continuar sempre o mesmo! Incrível isto.
Continuo tendo o menor salário do departamento, continuo dividindo minhas compras em muitas vezes, ao ganhar o talão de cheques ganhei também o cheque especial (e é claro nunca mais saí de lá) e demais particularidades de uma consumidora compulsiva (doente mental gastadora para os leigos). Sou um fracasso com dinheiro (mas pelo menos não estou no SPC – não mais).
É isso que dá trabalhar, ter CPF, conta bancária e “ser gente”.
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