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6.6.06

Desde sempre eu tenho um temperamento um tanto difícil. Eu reconheço isso. Eu sempre fui uma pessoa extremamente tímida, fechada, de poucas palavras e que demoro um tempão para me ‘acostumar’ à ambientes, pessoas e situações. A famigerada anti-social.

Mas eu não sou assim porque eu gosto, porque eu escolhi ser assim. E reconheço também que se em determinados momentos eu fosse mais extrovertida, mais alegre, mais adaptável eu seria uma pessoa melhor e mais bem aceita. Mas ninguém é perfeito, tanto que eu sinto que as pessoas tem um ideal de pessoa e quando se deparam com um tipo como eu, o que acontece; é excluída, isolada e feita só de defeitos.

Eu percebo que eu afasto as pessoas de mim. É claro que tem casos em que eu prefiro afastar mesmo, mas não são todos! Resumindo, eu não tenho controle sobre o meu poder “repelente de pessoas”. E o que fazer? Eu não sei! Eu simplesmente não sei que recurso tirar de mim mesma (sim, porque isto tem que partir de mim) para reverter qualquer situação que seja.

Acho que preciso de terapia.

Ah, mas terapia é caro.

Opa, eu já estou na terapia. Neste momento. Escrever aqui e falar tanto assim de mim já é uma terapia e tanto porque eu não faço isso, eu não sei me abrir e então quando estou aqui escrevendo eu percebo que quando eu “sou eu mesma” eu sou incrivelmente repelente.

Acho que vou começar a continuar sendo ‘eu mesma’ incrementando atitudes que não são “eu mesma” até assimilar por algum tipo de osmose e ver o que funciona e o que não funciona. O que funcionar vou fazer um esforço enorme para parecer natural até que seja natural de verdade.

Será que vai dar certo?

Imagine eu sorrindo o tempo todo com câimbra no maxilar para não ficar o tempo todo com a minha cara de nada. É melhor eu não sofrer por antecipação nem começar desde já a pôr defeito nas coisas. (Vamos lá, estou mudando!)

Não dizem que o nosso comportamento muda como uma auto-defesa depois que um ‘trauma’ nos faz sofrer? Se uma coisa que me magoou tanto me fez piorar, minha auto-defesa desta vez terá que ser uma alegria que chegará a ser irritante (páááára, Flávia!). Sei lá, vai ver mudar faz bem (ou não, humpf).

Flávia – em fase de testes.

(se eu surtar com múltiplas personalidades, me traga de volta, por favor)

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