João Victor

Ontem tava conversando com meu sobrinho.
Quer dizer, eu e minha mãe estávamos tentando 'catequizar' o menino na arte da má educação.
Uma bizarrice de situação.

Uma vó e uma tia tentando distorcer a educação recebida pelo menino de 6 anos. Isto deveria ser crime, assim como bater em criança ou torturar.

Mas é que nós não ficamos à vontade com o excesso de polidez de uma criança desta idade em determinadas situações. Porque existem situações em que educação deve ser deixada de lado um pouquinho. Deve ser muito confuso para ele porque quando ele não 'obedece' ou faz o que ensinaram, ele leva bronca. Aí vem duas loucas e mandam ele fazer tudo ao contrário. E se o pai dele pegar? Coitadinho.

O fato é que João Victor é uma autêntica criança de 6 anos. Ele é criança mesmo, que acredita em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, ainda fala errado, joga muito video game e sabe tudo do Ben 10. É lindo. Porque a precocidade das crianças hoje em dia é assustadora, umas por frescura, outras por necessidade, mas ainda sim, assustadora. E ele é autêntico.
Claro que este excesso de polidez (!) vem do cabresto que meu irmão bota nele. Meu irmão é um pai extremamente rigoroso, pavio curtíssimo. É necessário somente um olhar e nada mais. Alguns confundem a obediência dele com medo, mas pela minha convivência eu acho que é respeito mesmo. Ele aprendeu a respeitar. Crianças aprendem rápido.

Porém, ao tomar contato com crianças que não tiveram tantos limites e já tem mais malícia para as coisas, o pobre SEMPRE se dá mal. Uma porque as outras crianças abusam da ingenuidade dele, então ele vira criado e não amigo. Ele vira assistente e não parceiro. Enfim, ele faz de tudo para ser aceito, para ser igual e acabam confundindo com subserviência. E para piorar, se meu irmão vê ele dá uma puta bronca nele e põe ele de castigo, aí ele chora.
E eu fico muito puta com isso! Rsrs.... Tudo bem que é feio adulto se meter em assunto de criança, mas ele é meu sobrinho, meu protegido e eu não gosto que maltratem meu homenzinho.

Então ontem as lições eram:

- Se ele não deixar você pegar o brinquedo dele diga: "Engole isso então!" (porque eu não podia ensiná-lo a mandar enfiar no cú...que pena...).
- Se não te deixarem jogar, sai andando e vai fazer outra coisa. Se te perguntarem porque saiu só responde "joga sozinho aí".
- Se te mandarem pegar alguma coisa, responda: "pega você".
- A que eu mais gosto: se te mandarem calar a boca, responde "eu calo se eu quiser, você não manda em mim!"
- E por fim, se for o caso, dê porrada. Mas sai correndo que o moleque pode revidar....

Foi só uma pequena introdução, pois estas lições para serem colocadas em prática requer tempo. E também, depois que eu pedi para dar porrada ele saiu e falou que o pai dele tava chamando, que não podia mais ficar. Acho que é muita pressão, muita cobrança para o menino. Mas ele vai acostumar e vai aprender... sei lá, é uma maneira que nós encontramos de ajudar para ele não se ferrar tanto ou com os outros meninos ou com o meu irmão e assim quem sabe ele aprende a se defender do que vem por aí...