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26.2.10

Se comparar minha vida de novo com o tempo, como eu fiz no post anterior, devo dizer que anda variando bastante o clima por aqui.

No dia do ultrassom eu estava feliz e saltitante porque ouvi o coração. Mas foi passageiro.

Nos últimos dias, comecei a me irritar e me desesperar de novo.

Uma montanha russa de emoções tomou conta de mim e a cada dia é um jeito diferente... já quis não estar grávida, estou profundamente irritada com o "pode/não pode", não estou gostando de engordar e não conseguir vestir minhas calça jeans, minha barriga começa a ficar saliente mesmo quando uso bata e o creme anti-estrias é caríssimo.
Nem tudo são flores.

Porque eu não sou aquela grávida que arrumou todo o quartinho e só depois de tudo calculado e o estoque de fraldas pronto, "resolveu" engravidar e aguardar o tão sonhado momento.
Desculpe...não sou. Não estava esperando. Não pensava nisso tão cedo. Não planejei.

O fato é que agora me sinto jogada pelo destino numa realidade desconhecida e estou me sentindo perdida. Eu sabia que minha vida ia mudar mas nada mesmo é como a prática. E sentir a mudança acontecendo aqui e agora é de pirar.

Automaticamente me vejo esquecendo que estou grávida, evitando falar no assunto, não quero discutir nomes, não quero dar palpites no sexo da criança e muito menos comprar roupinhas (com exceção dos bodys do AC/DC que eu vi num site).

E quando eu tento falar sobre isso com alguém tenho que ouvir que "não fique falando essas coisas, ele sente e vai se sentir rejeitado!". Ah, por favor.
Estou cética no meu pensamento de que se ele está com ocupado com seus órgãos em formação num espaço restrito, não tem como saber o que se passa na minha cabeça...e pior, se depois que nasce, eles não nos entendem e dizem que demoram um pouco até pra enxergar direito, porque dentro do útero vão sentir coisas tão complexas como rejeição??

Sei lá, acho estranho. Deixa ele lá e eu aqui, cada um com suas devidas fases.

Não estou rejeitando o bebê em si e entendo perfeitamente que não posso culpá-lo pelos meus erros. Tanto que não tive coragem de ir atrás de métodos de aborto, porque não achei certo interromper o ciclo da vida porque eu não tomei a pílula e não usei camisinha. Tudo eu, então porque descontar nele? O meu dever era não deixar a concepção acontecer, mas se eu não cumpri e aconteceu não devo interromper por um capricho meu. Tenho 29 anos, saúde, um emprego, uma família e posso perfeitamente cumprir com minhas obrigações e responsabilidades e não fugir delas.

Mas confesso estar um pouco revoltada com a situação em que me meti. Tudo comigo mesma. Eu sei que estou numa idade em que já tem mulheres tendo filhos do segundo casamento e eu nem casada sou. E nem sei se serei um dia.

Mas ninguém sabe o dia de amanhã. Nada é por acaso e o que tiver de ser, será.

Como sempre.

Não quero chocar ninguém com estes meus pensamentos, mas acho hipocrisia não falar deles, pelo menos aqui no meu blog, eu posso, sem sofrer censura.

Eu quero que essa fase de gravidez passe logo, que eu o conheça logo, o ame mais que tudo e passe a fazer dele a minha prioridade. Quero voltar a trabalhar logo depois que acabar a licença e criar mais um cidadão do mundo. Quero que ele seja meu companheiro e teremos sempre um ao outro. E pelo menos agora, tenho certeza que alguém vai cuidar de mim quando ficar velhinha. Nem que seja pra me jogar no asilo.

Entende, eu tô pensando lá pra frente e não no agora. E como eu sou a pessoa mais ansiosa que conheço, vai demorar muito pra chegar lá?
Não na parte do asilo.
Pode ser na parte em que volto a trabalhar, começo a emagrecer e tenho uma rotina de mãe-trabalhadora-creche-trabalho-casa.
Estranho né? Se muita mãe ler isto aqui vai falar que eu estou maluca, que tenho que aproveitar para dormir, curtir meu corpo e bla bla bla, que essa será a fase mais difícil e eu não vou aguentar.

Mas sei lá. Fico só me imaginando em fases que não estou, para ver se saio dessa. É isso. Já que voltar atrás não dá, fico pensando pra frente então. Mas minha ansiedade segura o tempo com toda a força só pra me sacanear.

Estou muito mórbida?

Eu sempre fui! Não sei qual a novidade.

Disse que isso aqui ia ficar mais fofo, mas me enganei. Por enquanto, não.

Um comentário:

Roberta disse...

Fla,

eu sou taaaaaaaaao sua fa!!!
adoro a falta de hipocrisia, obrigada por me fazer me sentir menos mal com as coisas...rs

quanto a montanha russa de emocoes... se a gente ja esculhamba na TPM, imagina no maremoto hormonal de uma gravidez...

de qualquer jeito, boa sorte nessa fase, qualquer coisa grita.

bjo!